Queima das Fitas

Berta:

As festas da Queima das Fitas ocorrem agora em Maio um pouco por todo o país. Já li que são das maiores festas estudantis da Europa. A da Universidade do Porto é esta semana. Para a semana, se não estou em erro, é o "Enterro da Gata" em Braga, a de Coimbra é por esta altura também.

Para quem não conhece, não sei se este meu texto vai ser muito perceptível, pois estará cheio de termos específicos da vida académica, mas não há muito como explicar... São conceitos que vêm de gerações. As coisas chamam-se assim e ninguém as conhece por outro nome. 

A universidade em Portugal compreende um sem número de tradições (nem me recordo de metade agora) desde caloiros até finalistas. Começa logo pela praxe... E a praxe é para muitos puro gozo, para outros humilhação... Eu fui praxada, mas não praxei, pronto. O traje académico obedece a regras (nas mulheres recordo-me da altura da saia, do salto dos sapatos, nada de adereços), a forma de usar a capa é diferente consoante os anos (aberta só depois de no primeiro ano passarmos a Tribuna), há as insígnias, os emblemas, os rasgões... Depois vem a pasta, as fitas, tudo com uma ordem... No último ano a cartola e a bengala, cada curso com a sua cor ou cores... Tanta, tanta coisa... Era preciso um curso para explicar tudo! :-P Ninguém é obrigado a seguir a tradição, mas na minha opinião há uma beleza na maioria das práticas. E fica marcado... muito! Acho que na altura nem imaginamos o quanto! Muitos de nós trazemos das faculdades amigos para a vida! Até maridos e esposas! Quantas histórias! É uma fase da vida incrível que deve ser sim aproveitada com uma dose de loucura q.b.. A colocação no mercado de trabalho logo se vê...

A semana académica tem o dia da serenata, da bênção das pastas, do cortejo, a noite do Quim Barreiros, a noite dos Xutos e Pontapés... O baile...! É uma semana quase que incessante de celebração! Para verem como eu sou "velhinha" eu ainda passei noites da Queima no Palácio e as minhas serenatas eram na Sé. Pena tenho que no dia do meu cortejo tenha caído um verdadeiro dilúvio! Nunca vi chover tanto como naquele ano! E nós, da Universidade Fernando Pessoa, éramos (também por tradição :-P ) os últimos.

Fica um vídeo para verem assim mais ou menos como é a coisa... ;-) A diferença está na tecnologia, porque a essência é sempre a mesma! Eferreááááá!!!