Somos duas amigas, nascidas no mesmo ano, mas em continentes diferentes, uma na terra do fado, outra na terra do samba, uma loira, outra morena, com um oceano pelo meio, mas que só fisicamente nos separa. Gostamos ambas de nos divertirmos e de coisas bonitas. Sim, vaidosas q.b.. As nossas intermináveis conversas com sotaques sobre quase tudo dão um blog. Porque ainda há muito a descobrir entre os dois países. E afinal não somos tão diferentes assim.



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dia da Restauração

Berta:
Agora quase passa despercebido, mas o 1.º de Dezembro em Portugal era até o ano passado feriado nacional, em que se comemorava o Dia da Restauração da Independência, o fim de 60 anos de domínio espanhol sobre o território, em 1640. 


A morte de D. Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir, deu origem a uma crise dinástica, apesar da sucessão do seu tio Cardeal D. Henrique, pois ambos não tinham descendência. Nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal. Iniciou-se a dinastia Filipina com três reis espanhóis a governar Portugal entre 1580 e 1640: Filipe I, Filipe II e Filipe III.

Por volta de 1640, a ideia de recuperar a independência tornou-se mais forte e a ela começaram a aderir todos os grupos sociais. Os burgueses portugueses estavam desiludidos e empobrecidos com os ataques às suas terras e aos navios que transportavam os produtos que vinham das várias regiões do reino de Portugal continental, insular e ultramarino. Contrariamente ao acordado, os nobres começaram a ver os seus cargos ameaçados por espanhóis, com consequente perda de regalias e eram obrigados a alistar-se no exército castelhano.

Ao despontar do dia 1 de Dezembro de 1640, cerca de 40 nobres portugueses, conhecidos por "conjurados", entram no palácio real do Paço da Ribeira e rapidamente controlam a guarda. Procuram o secretário de estado Miguel de Vasconcelos, que executam, e obrigam pela força a duquesa de Mântua, no cargo de Vice-Rei, a ordenar a rendição das forças castelhanas acantonadas no castelo de São Jorge e nas fortalezas que defendem o rio Tejo.


Embora realizada pela nobreza portuguesa, a revolução tem aceitação total. Em todo o país, quando se conhece a boa nova da destituição da duquesa e do fim do domínio dos Habsburgos, há movimentações de regozijo. Várias cidades do país começam a declarar o seu apoio a D. João IV. O duque de Bragança chega a Lisboa no dia 6 de Dezembro para ser aclamado o novo rei.

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