Somos duas amigas, nascidas no mesmo ano, mas em continentes diferentes, uma na terra do fado, outra na terra do samba, uma loira, outra morena, com um oceano pelo meio, mas que só fisicamente nos separa. Gostamos ambas de nos divertirmos e de coisas bonitas. Sim, vaidosas q.b.. As nossas intermináveis conversas com sotaques sobre quase tudo dão um blog. Porque ainda há muito a descobrir entre os dois países. E afinal não somos tão diferentes assim.



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Paulistano "nota dez"!

Tuca:


Cabeleireiro oferece aulas gratuitas a pessoas de regiões carentes

Ivan Stringhi criou o projeto "Tesourinha" e já formou mais de 40 000 profissionais da beleza.

Após uma temporada de oito anos no Canadá, o cabeleireiro Ivan Stringhi resolveu voltar para o Brasil em 1991. Mal havia desembarcado no aeroporto de Guarulhos, deparou com uma triste cena: uma barricada na saída da Via Dutra montada em um protesto de moradores de uma favela da região. “Fiquei chateado de ver que o Brasil ainda não havia se livrado de problemas como esse”, lembra. De tanto reclamar da situação durante o trajeto, acabou levando uma alfinetada do taxista: “Por que não faz alguma coisa para ajudar em vez de ficar resmungando?”.

A frase serviu de combustível para, meses depois, ele iniciar um trabalho voluntário. Por indicação de uma igreja, passou a ministrar aulas gratuitas de corte de cabelo a habitantes do Jardim Arpoador, na Zona Sul. Não demorou até seus ensinamentos começarem a atrair os jovens do bairro. “Percebi que o trabalho os afastou do crime e ainda ajudava a garantir uma renda extra à família”, diz. Com a ajuda de amigos e empresas do setor, o cardápio de cursos passou a incluir também maquiagem, depilação e design de sobrancelhas.

Em 1996, a iniciativa ganhou um novo espaço, na Avenida Ibirapuera, debaixo da ponte no cruzamento com a Avenida dos Bandeirantes, e foi batizada de "Projeto Tesourinha". Nas últimas duas décadas, ele formou mais de 40 000 profissionais da beleza. “Ivan descobre tesouros onde ninguém tem coragem de procurá-los”, elogia o colega de profissão Marco Antônio de Biaggi, que já contratou alguns de seus pupilos.

Um exemplo é a cabeleireira Priscila Bento, que aprendeu o ofício em 1992, foi assistente direta de Biaggi e hoje atende no 1838, badalado salão dos Jardins. A ONG é mantida com doações de empresas, que ajudam a bancar o orçamento mensal de 25 000 reais, usados principalmente para pagar os salários de quinze funcionários. Entre 2002 e 2006, no entanto, ela chegou a angariar cerca de 100 000 reais ao mês. “Ainda preciso trabalhar em um salão para me sustentar, mas meu sonho é levar o "Tesourinha" ao país inteiro,”, diz Stringhi.

Fonte: Veja SP

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